Promotor Roberto Turin rebate OAB e diz que nota de repúdio é demagógica

“FUI MAL INTERPRETADO”
Ontem o SSPM postou uma matéria do posicionamento do Promotor de Justiça Roberto Turin sobre as críticas que membros do MPE (Ministério Público Estadual), veem recebendo por causa de recebimento de valores altíssimo de seus salários. O promotor em um entrevista havia dito que os professores são profissionais baratos e portanto não devem ter seus salários comparados a profissionais como ele, que segundo o mesmo, são profissionais caros.
O promotor de Justiça, Roberto Turin emitiu nota lamentando o repúdio da OAB-MT, com relação as declarações feitas por ele sobre o pagamento a membros do Ministério Público.
Turin reforçou o respeito à categoria de professores e argumentou que a nota da OAB não considerou suas declarações na íntegra e nem sequer o ouviram a respeito, portando avalia que o repúdio divulgado foi desnecessário, oportunista e demagógico.
Confira nota na íntegra
Com a relação à “nota da OAB-MT”, em primeiro lugar é de todo lamentável que uma instituição que representa advogados, venha a fazer nota repudiando uma fala minha baseando-se em interpretações e opiniões de outras pessoas.
Não analisaram o teor da minha fala na reportagem e muito menos procuraram me ouvir a respeito. Na verdade, nunca fiz qualquer comparação depreciativa com relação à categoria dos professores. Não afirmei que os magistrados ou integrantes do Ministério Público são melhores ou devem ganhar mais que os professores. Disse apenas que a comparação salarial de carreiras diversas é injusta. Fui professor, durante mais de 12 anos. Sou, com muito orgulho, filho de uma professora, normalista, que atuava na educação fundamental em escolas rurais e hoje é aposentada como professora da rede pública, conheço muito bem as agruras do Magistério. Disse apenas que a comparação é injusta porque muitos usam o fato de o salário dos professores ser, na maioria das vezes, baixo ou inadequado, para criticar os salários dos promotores de Justiça ou juízes. Ouço muito isso, professores ganham mal, são mal remunerados e promotores de Justiça ganham bem, alguns chegam a me dizer que isto é imoral, criticando duramente a remuneração recebida pelos promotores de Justiça. Então nesse sentido eu afirmei que a comparação é injusta e é injusta para ambas as carreiras. Tanto os promotores de Justiça como os professores podem e devem ganhar bem. Mas, o fato da remuneração dos professores não ser a adequada, não pode servir de base para ataques contra a remuneração dos promotores de Justiça. Por outro lado, busquei apenas ressaltar que a carreira do Ministério Público possui exigências e impõe a seus membros uma série de enfrentamentos que outras carreiras não possuem.
Enfrentamos o crime organizado, e a criminalidade como um todo, a corrupção, o poder político e econômico, atuando na defesa da criança e do adolescente, do idoso, do meio ambiente e da probidade administrativa. Enfim, os profissionais do Ministério Público atuam na defesa dos interesses maiores e indisponíveis da sociedade. Um profissional com esta gama de atribuições e responsabilidades tem que ser muito bem remunerado, a sociedade precisa discutir essa remuneração e o valor desse profissional, sem demagogia e populismo.
Ressalto que para manter um Ministério Público forte, atuante e independente precisamos exigir cada vez mais qualificação e produtividade destes profissionais, mas também precisamos garantir a eles uma boa remuneração, benefícios e uma carreira atraente, sob pena de enfraquecermos a instituição naquilo que ela tem de melhor a qualidade e o compromisso de seus integrantes.
Por isso, entendo desnecessária, oportunista e demagógica a nota de repúdio da OAB. Quanto aos professores saibam que ainda me sinto um de vocês e estou à disposição para todo e qualquer esclarecimento que entendam necessário.
Fonte: Repórter MT