E o salário, ó!

Na última sexta-feira, 23, um site local de notícias publicou uma matéria da Assessoria de Comunicação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o conteúdo da mesma refere-se a um censo escolar desenvolvido pelo próprio instituto no ano de 2014. A pesquisa informa que o salário dos professores da rede municipal de Campo Novo do Parecis é um dos maiores do Estado, em média R$ 4.128,86 para uma carga horária de 40 horas semanais. O censo além de ter sido realizado há três anos atrás, o texto não deixa claro qual o tempo de carreira do profissional de educação, um fator que influencia direto no valor do seu salário. Por exemplo, a tabela de vencimentos atual, ano 2017, informa que o salário-base de um professor em início de carreira, com formação superior e jornada de trabalho de 40 horas é de R$ 3.540,33 (bruto), um profissional com cinco anos de carreira: R$ 3.894,37, dez anos: R$ 4.248,40. Em Campo Novo do Parecis quase 90% dos professores têm formação superior com pós-graduação. É importante ressaltar que a reposição salarial de um servidor público do município acontece anualmente e com base na inflação do ano anterior. Em 2014 (ano da realização do referido Censo Escolar), a reposição foi de 5,80%, no ano seguinte foi de 10,63% e no ano passado de 7,07% (em vigor). Sendo assim, os reajustes atuais realizados são feitos com base na tabela do ano passado. A reposição deste ano só será aplicada ao final do ano vigente. Apesar da notícia ter um teor no mínimo estranho, o site traz na matéria uma observação interessante, ressaltando que a lei que instituiu o piso determina que os valores acima correspondam apenas ao salário-base, já os cálculos utilizados pelo INEP considera a “remuneração mensal”, ou seja, além do salário-base, inclui-se todos os bônus, gratificações, comissões e demais vantagens que podem compor o pagamento aos docentes. Lamentável pois as “vantagens” não são fixas, hora se tem e hora não, e assim o leitor acaba por se ter involuntariamente uma interpretação equivocada da realidade dos professores municipais.